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 Número 105
 
Pequena Homenagem a um Grande Músico 
Mídia Gravada 
  Décio 
Lopesdeciolcouto@yahoo.com.br
 
             
Faço aqui
uma pequena homenagem a um grande promotor e intérprete da música brasileira nos 
Estados Unidos. Há mais de trinta anos, sou admirador desse maravilhoso 
violonista americano, pelo estilo jazzístico de tocar o violão de seis cordas, 
com ênfase na sonoridade brasileira, especialmente a Bossa Nova. Sua discografia 
é muito ampla, sendo, a meu ver, mais representativos seus trabalhos pela 
Riverside Records. 
Suas 
gravações pela 
Concord são também muito apreciadas, nas quais se associa diversas vezes com o não menos famoso e exímio 
violonista brasileiro, Laurindo Almeida. Grande número das interpretações 
de Charlie Byrd foi remasterizada e gravada em cd's, sendo possível 
encontrar um bom número dessas mídias em sites como Amazon e Barnes & 
Noble. Charlie Byrd, originalmente, foi violonista clássico, havendo 
estudado nos anos 50 com Sophocles Papas e Andrés Segovia, tendo 
este último, no meu entender, influenciado o estilo de tocar de Charlie Byrd 
e o interesse do artista pelo som mais latinizado. 
        
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Em uma turnê pela América Latina, em 1961, 
patrocinada pelo Departamento de Estado dos EUA, Charlie Byrd 
interessou-se grandemente quando passou, no Brasil, pela nascente sonoridade da 
Bossa Nova. Levou uma mala cheia de discos para Washington DC, onde vivia, e daí 
em diante o resto é uma história de grandes interpretações e composições até 
sua morte em 1999. A parceria com Stan Getz, logo após sua volta aos U.S.A., rendeu o disco 
Jazz Samba, de 1962, que é por muitos considerado o trabalho precursor da 
Bossa Nova na América do Norte. Já nos anos 1970, formou, com Herb Ellis e
Barney Kessel, o excelente grupo Great Guitars e, logo após, 
desenvolveu profícua parceria com o citado violonista brasileiro Laurindo 
Almeida.                 
Sou apreciador contumaz do som analógico e minha preferência pessoal é 
pelas gravações de Charlie Byrd pelo selo Riverside. Portanto, vou 
referir-me a dois discos da fase um pouco anterior à maior influência 
da música brasileira no trabalho do artista. Acabo de ter a sorte de conseguir, 
pelo site eBay, o LP Blues Sonata, de 1961, felizmente ainda lacrado e em 
excepcionais condições de reprodução, o qual considero possuir, junto com o 
título Guitar Artistry of Charlie Byrd, as melhores gravações que conheço 
do violonista pelo selo Riverside. A grata surpresa no Blues Sonata 
é a inédita e, talvez, única vez que o violonista gravou em disco com guitarra 
elétrica. Isso ocorre nas peças do lado 2, já que, no lado 1, temos a Blues 
Sonata em três movimentos, tocada com o violão acústico de seis cordas pelo 
próprio autor. Além do primor de gravação, para mim, o ponto alto do disco está 
na afinação do piano de Barry Harris com o som da guitarra De Angelo
de Charlie Byrd, algo a ser apreciado muitas vezes. O Blues Sonata, 
infelizmente, não está disponível em CD, mas pode ser ainda encontrado, em LP 
usado, no mencionado site do eBay. O também excelente disco Guitar Artistry, 
em LP e em CD, pode ser conseguido com relativa facilidade nos sites americanos. 
A propósito, para os amigos também aficionados do vinil, este último disco que tem a mesma formação do Blues Sonata, 
com exceção do pianista, foi objeto 
de excelente remasterização do famoso Doug Sax, ex-Sheffield Records, pela 
gravadora Acoustic Sounds e está disponível, em LP de 180 gramas, no site 
da mencionada gravadora e na www.amazon.com. 
  
Não percam e ótimas audições a todos! 
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Audiófilo, Special e Protect
 
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