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  Uma Entrevista com Jorge Knirsch

Veja o teste:
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powerline Audiófilo lf-115
 
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  Veja os comentários de Fernando Sampaio (RJ) a respeito de fiação sólida e aterramento do neutro.
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A SALA DE AUDIÇÃO CRÍTICA

Acústica
 

Jorge Knirsch

 Introdução 

Caros amigos, é com imenso prazer que volto a este espaço, como faço de tempos em tempos, para colocar um novo artigo que relate minhas últimas experiências no campo do áudio. Este artigo foi escrito para aqueles, amantes do som e audiófilos, que, como eu, almejam alcançar a fidelidade na reprodução sonora, ou seja, trazer a sala de concerto para dentro da sua sala de audição. Procuro sempre pesquisar de forma científica e tecnicamente correta, para evitar os woo-doos e vícios do áudio, tão comuns nestes tempos, no nosso meio. O objetivo é obter resultados sólidos, confiáveis e de fácil reprodução, que nos levem a aproximar, cada vez mais, a reprodução sonora ao acontecimento musical ao vivo, pois queremos chegar ao “topo do pinheiro”.
          Levando em conta que, na reprodução sonora, a acústica da sala tem uma participação predominante no resultado sonoro, com peso de influência acima de 50% em relação aos demais fatores, e considerando que, ainda hoje, pouca relevância é atribuída à acústica pelos melômanos e audiófilos, insistimos em voltar ao assunto “sala de reprodução”, para mostrar de forma contundente a sua importância.
         Com relação aos diversos aspectos que aqui serão descritos, muitos não poderão ouvi-los, devido à situação das suas próprias salas. Espero que esta tomada de consciência seja mesmo o ensejo para uma busca de melhoria da acústica por cada um de nós.
          Na série, ainda não terminada, que escrevi:

SALA VIVA - SALA MORTA - SALA SECA, 

procuro mostrar que a música tocada com instrumentos, vozes, coros, etc., deve ser executada e gravada em salas vivas, para se obter os melhores efeitos sonoros possíveis, agradáveis e envolventes. Já a reprodução eletrônica de um cd ou lp deverá ser realizada em uma sala seca, para que o resultado se torne o mais próximo possível da execução original. Portanto, gravar um acontecimento musical ao vivo e mais tarde reproduzi-lo em um outro ambiente são problemáticas muito distintas. A técnica acústica necessária para a gravação é uma e a utilizada para a reprodução é outra.
         Sei que muitos não concordarão comigo, mas quando passarem por uma experiência prática (e para isto nosso Laboratório de Acústica e Áudio - LAA está à disposição para quem o quiser visitar, ver, ouvir e fazer suas próprias constatações), compreenderão o que estamos querendo transmitir. Nesta ocasião, terão o prazer de ouvir o acontecimento musical de forma muito real e se sentirão transportados para o evento da gravação. Será uma experiência semelhante às vividas em um estúdio ou em uma técnica de mixagem. No estúdio, entretanto, o ambiente é vivo nos médios e agudos e muito seco nos graves, já na técnica o ambiente é seco em toda a faixa audível do espectro humano. Porém, a Sala de Audição Crítica, que é na verdade o caso do nosso Laboratório (LAA), é mais seca ainda do que uma técnica de um centro de gravação, e com isto possibilita atingir um nível de realismo muito superior.
         Neste artigo, pretendemos mostrar a que se presta uma Sala de Audição Crítica (SAC), qual o seu objetivo e em que se difere das outras salas.

A Sala Viva e a Sala Seca

Vamos fazer um exercício de abstração. Peço a paciência de vocês para isto, mas será muito importante para um melhor entendimento do assunto. Imaginemos um conjunto de músicos com seus instrumentos acústicos (Mo) tocando em uma sala (So) que neste caso é viva. O resultado sonoro (M1) é uma simbiose entre esses músicos e a sala onde estão tocando, pois o volume, o formato e o tempo de reverberação (RT) da sala influenciam grandemente. O resultado é único e biunívoco, ou seja, a música tem um equilíbrio tonal e um timbre peculiar a esse ambiente onde os músicos estão tocando.
         A sala, onde um evento musical ocorre, é um elemento de peso, juntamente com os músicos e instrumentos musicais, para a obtenção do resultado sonoro, pois ocorre uma mistura entre esses elementos, uma integração musical, e o conjunto pode vir a ser muito harmonioso.
         Caso tomemos estes mesmos músicos com seus instrumentos (Mo) e os coloquemos em outros ambientes também vivos (S1, S2, etc), os resultados sonoros serão tão diferentes quanto forem as diferenças nos volumes e formatos das salas e seus respectivos tempos de reverberação (RT). De um ambiente para outro, haverá uma mudança muito perceptível no equilíbrio tonal e no timbre musical. Ao primeiro novo resultado sonoro, vamos chamar de M2, que poderá ser muito diferente de M1, conforme as diferenças da sala e, muito mais diferente ainda de Mo, que seria apenas o conjunto de músicos em si tocando no espaço livre, sem paredes nem piso e, portanto, sem reflexões, e como tal, a reprodução da música que estarão tocando não existe, pois não é fisicamente realizável, este evento musical.

 Vejam então que, para um mesmo conjunto musical Mo, podemos obter vários resultados sonoros, dependendo da sala onde eles estiverem tocando. Vamos supor que Mo seja a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a OSESP, tocando uma certa peça musical, por exemplo a 5a. Sinfonia de Beethoven, na Sala São Paulo (So). Agora, esta mesma orquestra sinfônica irá tocar esta mesma peça musical em outra sala, por exemplo na Sala de Concertos de Viena (S1). Os resultados nos dois lugares, em termos de equilíbrio tonal e timbre, serão muito diferentes, os quais chamaremos M1 e M2 respectivamente. Agora vamos imaginar que estes dois acontecimentos musicais tenham sido gravados, cada um em um cd, e que você irá ouvi-los em sua sala residencial de audição, a qual vamos chamar de S2. Portanto, a situação será a seguinte:

 

M1 é o resultado do acontecimento musical tocado pela OSESP (Mo) na Sala São Paulo So e gravado no cd que você está reproduzindo na sua sala S2 e que agora você já não consegue mais ouvir M1, mas sim um outro resultado, M3, muito ou pouco parecido com M1 dependendo da sua sala S2. Algo semelhante ocorre com o outro cd, onde o mesmo conjunto Mo tocou na Sala de Viena S1 e obteve o resultado M2 gravado, que agora está sendo reproduzido na sua sala S2. O que você está ouvindo neste momento é o resultado M4, diferente de M2, M3, e M1.
        Cada sala onde a música está sendo tocada (ao vivo ou reproduzida), vai influir de forma decisiva e diferenciada no resultado musical final.
        O que estou querendo mostrar é que cada acontecimento musical acústico é único e biunívoco e que, portanto, as reproduções dos dois cd's na sala S2, que gravaram a 5a. Sinfonia de Beethoven Mo+So=M1 (cd em SP) e Mo+S1=M2 (cd em Viena), na verdade não conseguem mais trazer os eventos musicais como foram tocados no original. Não se consegue mais recriar exatamente o que está gravado nos cd's, justamente pela nova influência da sala onde estão sendo reproduzidas as gravações, que atua, de forma determinante para os novos resultados sonoros finais.
        Cada sala canta de forma própria e o ambiente faz a música. Este conceito básico, aqui colocado, é freqüentemente esquecido por nós, audiófilos e melômanos e, em se tratando de salas pouco neutras, a sua influência se torna maior do que os equipamentos usados para a reprodução, sejam eles quais forem.
        Além de tudo isto, há outro fator a ser lembrado: o fato de que ouvimos de modos diferentes uns dos outros, pois podemos ser ouvintes sintéticos ou analíticos, como já mostramos em outro artigo nosso.
        Como podemos perceber, para atingir o objetivo de ouvir música reproduzida como se fosse ao vivo, como se estivéssemos participando da execução original na sala de concerto, teremos que lidar com uma problemática mais complexa do que imaginávamos, pois o bom resultado vai depender de inúmeros fatores.
        Em cada sala, o fator preponderante que influi de maneira marcante no resultado final, é sem dúvida o Tempo de Reverberação (RT), que nós já estudamos na série de artigos mencionada acima. Esse fator depende das dimensões, do volume e das superfícies da sala. O RT, como também é chamado, é o tempo, medido em segundos, que um som leva, após ser emitido em uma sala, para se extinguir. É bom lembrar ainda que o RT depende também da freqüência e da posição na sala.
        Às salas que apresentam tempos altos de reverberação em toda a banda de freqüências audíveis, digamos acima de 1s, chamamos de salas vivas. São as salas de concerto, salas de teatro e também, infelizmente, algumas salas de audição. Para a execução de musica acústica tocada ao vivo, as salas vivas são as ideais.

© 2004-2008 Jorge Bruno Fritz Knirsch
       Todos os direitos reservados
        http://www.byknirsch.com.br
 

Porém, em se tratando da reprodução dos cd's e lp's nas nossas salas de audição, quando o objetivo é ter fidelidade com o original, gostaríamos de anular o efeito que a nossa sala cria, para que a música reproduzida venha a ser a mais próxima possível do seu original. Voltando ao nosso exemplo, tomemos os cd's gravados M1 (SP) e M2 (Viena), que havíamos tocado na nossa sala S2 e que obtivemos os resultados M3 e M4 respectivamente.
        Se agora procurarmos iniciar a anulação do efeito produzido pela nossa sala S2, a reprodução do resultado M3 ficará cada vez mais próxima do resultado M1, que foi o evento original em São Paulo, assim como no outro cd, o resultado M4 tenderá para o M2 original de Viena. A partir daí é que começamos a ouvir a Sala São Paulo e a Sala de Concertos de Viena na nossa modesta sala de reprodução. Evidentemente, agora o conjunto do nosso sistema eletrônico começa a influir no resultado final também, mas este é outro assunto para uma abordagem posterior.
        Como poderemos anular o efeito indesejado da nossa sala de audição ou, em outras palavras, como poderemos tornar a nossa sala mais neutra e menos colorida? A nossa sala vai se tornando cada vez mais neutra quando o Tempo de Reverberação vai sendo reduzido, em todas as freqüências da audição humana, de forma uniforme e plana, e em todos os pontos da sala. Este RT mais baixo terá que ser forçosamente plano em todo o espectro das freqüências e, se possível, uniforme em todos os pontos da sala. Sempre que o Tempo de Reverberação estiver abaixo de 1s, chamaremos a sala de sala seca. Observem que não estamos falando de salas mortas (ou surdas), ou seja, daquelas que tem graves vivos e retumbantes (alto RT) e médios e agudos secos (baixo RT).
        Mas, vocês podem perguntar, até onde deveremos abaixar o RT? Deveremos ir até que o RT se torne igual a zero segundos? Ou seja, deveremos ir até obtermos uma sala anecóica?
        Ainda não tivemos a oportunidade de realizar esta experiência, que seria na verdade a realização de um grande sonho, pela possibilidade que teríamos de reproduzir exatamente o que está gravado nos cd's, ou seja em M1 (SP) e M2 (Viena). Ainda nos deparamos com inúmeros entraves, que deverão ser eliminados, para atingirmos esta premissa, principalmente o elevadíssimo custo envolvido. Há também a dificuldade técnica de atingirmos o RT=0s nas baixas freqüências, onde estão as ondas estacionárias. Então, não podendo chegar à sala anecóica, qual o Tempo de Reverberação mais baixo e plausível que deveríamos atingir?
        Pesquisei muito na Internet, em vários sites e fóruns de discussão de áudio, e o que encontrei, após vários meses de procura, foi uma proposta de norma para uma sala própria para testes de caixas acústicas. É a proposta de norma IEC60268-13, que foi desenvolvida na IEC (Internacional Electrotechnical Commission), sediada em Genebra, Suíça, para os fabricantes de caixas acústicas testarem suas caixas e também para o grande público e, em especial, para a mídia, revistas e magazines de áudio, terem um parâmetro de sala para análise de equipamentos eletrônicos e afins. Na verdade, como os bons fabricantes de caixas acústicas possuem, na sua maioria, câmeras anecóicas para testarem e desenvolverem seus produtos, esta proposta de norma ficou mais dirigida para o grande publico de forma geral e em especial para as revistas do ramo.
        Procurei muito esta norma no Brasil, inclusive nas bibliotecas da USP, mas só a encontrei no IPT onde, conforme informação que recebi na época, eu precisaria pagar uma certa quantia em reais por cada meia hora de leitura da referida norma. Sendo assim, entrei em contato com a IEC na Suíça e a importei.
        Esta proposta de norma especifica um RT entre 0,3s e 0,6s, na faixa que vai de 200Hz a 4KHz. Para os graves abaixo de 200Hz, especifica uma faixa um pouco mais larga, e para o complemento dos agudos acima de 4KHz, uma faixa um pouco mais estreita do que para os graves. Se imaginarmos um RT plano, na faixa de 0,3s a 0,6s para o espectro todo de freqüências, estaremos dentro da norma. Esta sala, como tem um RT abaixo de 1s no espectro todo, é uma sala seca. É a famosa Sala de Audição Crítica (SAC) que, em inglês, recebe o nome de BLR (Balanced Listening Room).
        Realizei muitas pesquisas com o RT da minha sala e constatei que, ficando um pouco abaixo do especificado nos médios e agudos, o resultado fica ainda melhor. Minha sala está em torno de 0,2s e nos graves, região muito difícil de se conseguir otimizar e de atingir um valor de forma plana, consegui um tempo extremamente linear e de baixo valor, ou seja, 0,3s. Estudei vários anos para entender o processo físico, a técnica e a parte construtiva da redução do RT nos graves.

A Audição em Uma Sala de Audição Crítica

Quando você entra em uma SAC, a primeira impressão que você tem é que há um silêncio maior, mais profundo, e também que sua voz mudou. O timbre de sua voz muda. O som fica mais real, menos influenciado por reflexões espúria, de um ouvir mais agradável e muito neutro. Nos primeiros momentos, você estranha estar ali. À medida que o tempo passa, já sentado na cadeira de audição, e começando a se acostumar, uma grande paz interior vai invadindo você e, se estiver muito cansado, poderá até começar a dormir. É realmente uma experiência bastante gratificante e relaxante, uma vivência única. A sensação é parecida ao que você sente quando realiza mergulhos submarinos. Porém, na SAC, esta sensação é muito mais forte e real. Você tem a oportunidade de experimentar o que vem a ser um descanso auditivo profundo.
        Quando você fica algumas horas em uma sala com baixo Tempo de Reverberação, sua percepção auditiva geral muda muito, fica mais refinada e aguçada, com alta percepção musical de detalhes, de forma que, quando você sai para um ambiente com alto RT a sensação é realmente desagradável. Sua primeira intenção é voltar para a sala buscando toda aquela paz ali existente.
        Agora, após esta acomodação auditiva na SAC, você coloca algo para tocar. Vamos supor que todos os parâmetros da percepção musical, do seu sistema integrado com a sua sala, estejam corretos e que o sistema toque um som harmonioso e equilibrado. Imagine que você tenha colocado o cd M1. Sua atenção passa a se concentrar totalmente no acontecimento musical que está sendo reproduzido. O primeiro aspecto que lhe chamará mais a atenção é sem dúvida o palco sonoro muito grande, profundo, alto e largo, com um recorte e uma focagem sem igual. Será o maior e mais preciso palco sonoro que você já tenha escutado e isso, em grande parte, independe do sistema que você possua. Somente o palco sonoro depende do volume da sala, pois quanto maior o volume, maior o palco sonoro.
        Em seguida, você notará um equilíbrio tonal peculiar. Se você conhece a Sala São Paulo, perceberá todos os detalhes daquela sala: terá uma idéia a que altura está seu teto móvel, se o coro atrás da orquestra está com três ou seis fileiras colocadas, o que influi muito no caimento do RT da sala (EDT). Conseguirá ouvir a quantidade de brilho existente na execução. Resumindo, você terá condições de perceber o Tempo de Reverberação (e o EDT) que foi ajustado na Sala São Paulo para aquela execução. Esta experiência auditiva é chocante e realmente é como se você tivesse trazido a Sala São Paulo para dentro da sua modesta sala. Algo indescritível. O realismo aparece, os timbres ficam semelhantes e você tem a nítida impressão de estar sentado na Platéia Central da Sala São Paulo ouvindo a OSESP ao vivo à sua frente. Em outras palavras, você estará anulando sua sala, tornando-a neutra, de forma que o acontecimento musical que está sendo reproduzido, soará como se fosse ao vivo. Você se percebe na Sala São Paulo!! Portanto a Sala de Audição Crítica é uma sala bastante neutra, com baixo nível de colorações, tanto nos médios quanto nos agudos e, principalmente, nos graves, onde as estacionárias estão sob rígido controle sonoro, com um Tempo de Reverberação (RT) entre 0,3s e 0,6s, de 20Hz a 20KHz, de forma plana, equilibrada e uniforme, onde vários tipos de audições e testes poderão ser realizados com consistência e de fácil repetibilidade em qualquer SAC. Este é justamente o objetivo destas salas.

As Vantagens de uma Sala de Audição Crítica 

Uma SAC presta-se a várias finalidades no áudio e é de uma importância ímpar, pois permite resultados consistentes e reproduzíveis em outras salas que tenham características semelhantes.
        Os objetivos de uma Sala de Audição Crítica são os seguintes:
 

·        Desenvolvimento e projeto de caixas acústicas;

·        Desenvolvimento e projeto de equipamentos eletrônicos;

·       Testes e avaliações críticas subjetivas de caixas acústicas e equipamentos eletrônicos;

·        Avaliações técnicas da mixagem e masterização de cd´s;

·        Comparação de cd´s importados gravados em lotes diferentes;

·        Comparação de cd´s nacionais com importados;

·        Comparação de cd´s normais, com SACD Híbridos, com HDCD, com XRCD e outros afins;

·        Teste de cabos e acessórios de forma geral;

·        Audições críticas de sistemas de áudio e seus componentes.

 
         Imagine que você seja um engenheiro eletrônico e esteja projetando uma caixa acústica, ou um amplificador de potência. Já terminou de fabricar o protótipo e vai experimentá-lo no seu sistema de áudio, que é bastante equilibrado. Mas acontece que a sua sala é uma sala comum, com uma curva de RT em função da freqüência conforme o exemplo abaixo, porém você ainda não se deu conta da influência que a sala tem, pois nunca deu muita importância para esse aspecto acústico.

Curva de RT de uma sala normal de audição. 

Vamos supor que seu projeto é muito esmerado, muito plano, no entanto você não sabe a curva de resposta da sua caixa acústica ou do seu amplificador, pois também ainda não atinou para a importância disso. Simplesmente você introduz o seu novo protótipo no seu sistema e vai testá-lo. Faz então a primeira audição e nota que a curva de resposta auditiva da sua caixa apresenta vários indícios de não planidade. O que mais chama a sua atenção é o retumbar do grave. Ou seja, os graves parecem muito soltos e você na verdade não sabe de onde vem isso. Também constata alguma anormalidade nos médios, que estão muito proeminentes, em alguma região pouco definida, e os agudos estão muito recessivos e secos, enquanto que os graves e os médios, ao contrário, estão bem vivos. Se você chegar à conclusão de que o problema está no seu projeto, entrará em um auto-engano muito grande.
        Mas você, não sabendo da influência da sala, modifica o seu projeto, faz as correções necessárias e volta a experimentá-lo. Como você é um bom projetista, logo nas primeiras tentativas consegue um resultado auditivo plano e muito bom. Muito feliz, agora você leva a caixa na casa de um amigo para demonstrar a sua nova maravilha!
        A sala do seu amigo é, porém, toda diferente da sua e, já na primeira audição, aparece um retumbar dos graves e, o que é muito interessante, estridência nos agudos.


Curva de RT de outra sala normal de audição.

O que você não está considerando é que a sala do seu amigo difere muito da sua. Ela apresenta graves mais retumbantes ainda, pois possui um volume um pouco menor que a sua e apresenta um RT(s) maior nos agudos, o que leva ao resultado auditivo que vocês ouviram no teste. Você ainda nota que os médios ficaram muito recuados e que, de fato, não apareceu o equilíbrio tonal que você conseguiu na sua sala. A partir daí, podemos concluir que, se você não tiver uma sala neutra para testar, vai ser impossível acertar o equilíbrio tonal desta caixa acústica.
        Observem que os bons fabricantes de caixas acústicas nem testam os seus projetos em Salas de Audição Crítica, mas sim em Salas Anecóicas, onde conseguem obter resultados ainda melhores, com curvas de respostas mais planas, acuradas e confiáveis. Uma dica: quando você for comprar uma caixa acústica, verifique se o fabricante tem uma Sala Anecóica para poder ajustar corretamente a neutralidade da caixa e garantir um bom som, pois o revendedor normalmente não possui uma Sala de Audição Crítica para que você possa fazer uma avaliação correta.
        Para projetos de circuitos eletrônicos de amplificadores, pré-amplificadores, cd-players e outros, a Sala de Audição Crítica já é suficiente para fazer todos os testes. E, na minha opinião, é imprescindível para resultados e pareceres coerentes e confiáveis.
        Um colega meu, o Luis Fernando, que aprecia muito montar kits eletrônicos, resolveu fazer um novo filtro digital e uma nova parte analógica para o cd-player da Creek, o CD-50mkII, a partir de um kit do Borbely, com o intuito de melhorar a resolução do cd-player.
        Construiu uma sala com as medidas otimizadas para a distribuição modal das ondas estacionárias e tinha iniciado o tratamento acústico. Falei a ele que, em relação ao custo que iria gastar, a continuação do tratamento acústico da sala seria muito mais importante do que a melhoria do sistema, através da realização de up-grades eletrônicos, ou inclusive através da troca de equipamentos, pois o tratamento acústico oferece uma relação custo/benifício muito mais alta. Porém, infelizmente, não consegui convencê-lo. Ele iniciou a montagem eletrônica do kit e a concluiu a contento. Mas quando foi ouvir o aparelho na sua sala, teve uma grande decepção. O resultado sonoro apresentava falta de graves e médios muito proeminentes. Bastante chateado pelo resultado decepcionante e pela grana que gastou, trouxe o cd-player modificado no nosso LAA, como muitos colegas projetistas têm feito ultimamente. Para sua grande surpresa, os resultados sonoros foram muito diferentes do que ele havia ouvido na sua sala. Os graves estavam presentes, porém o que faltava era uma pequena extensão para as baixas freqüências; os médios e agudos estavam com boa resolução e planos, porém percebeu algo que não tinha notado na sua sala: faltava dinâmica ao seu aparelho. Em suma, ele descobriu que o resultado sonoro estava muito bom e bem superior ao cd-player original. Analisando a topologia eletrônica, vimos que a fiação flexível da fonte de alimentação para a placa eletrônica principal deveria ser mais grossa e sólida. Vimos também que a velocidade de resposta do filtro de terceira ordem era muito lenta e que deveria ser escolhida outra topologia para esta função, com uma banda passante bem maior, aumentando a velocidade de resposta do sinal de áudio.
        Perceberam a diferença que pudemos constatar entre o resultado sonoro em uma sala comum, não tratada e, uma SAC? E os resultados podem chegar a ser até contraditórios! Com certeza, é determinante haver uma sala padrão para se realizar o desenvolvimento dos projetos eletrônicos dos mais variados aparelhos de áudio, para podermos obter resultados planos e coerentes.
        E, agora, vocês poderiam me perguntar se as avaliações de equipamentos eletrônicos, realizadas pelas revistas de áudio, são sérias e dignas de confiança? É, pois é!!!! Os resultados auditivos publicados na mídia internacional e nacional são muitas vezes desastrosos. Algo de estarrecer a qualquer audiófilo e melômano! Muitos testam em qualquer sala, obtém resultados específicos e generalizam suas avaliações!! Além de que a maioria nem menciona a sala que usam para teste!!
        Assino atualmente em torno de sete revistas internacionais de áudio e é interessante observar o que publicam. Fazendo uma análise mais profunda, percebo que as diferenças de avaliações de equipamentos, cabos, caixas acústicas e cd's e outros acessórios entre as revistas, na verdade, revelam as diferenças das salas onde os testes têm sido realizados, pois nenhuma delas, volto a frisar, nenhuma, possui uma Sala de Audição Crítica para realizar testes confiáveis e reproduzíveis, enquanto que a maioria da indústria internacional de equipamentos de áudio testa, se não em salas anecóicas, pelo menos em Salas de Audição Crítica. Inclusive, quanto à última revista que passei a assinar, a HIFICRITIC, de Londres, após perguntar em que ambiente eles testavam os aparelhos, recebi uma resposta muito lacônica de que os testes eram feitos nas respectivas salas dos Revisores Críticos de Equipamentos de Áudio (RCEA), as salas comuns, normais, de cada revisor. E as avaliações confirmam isto. Ou seja, como cada sala canta de forma própria e o ambiente faz a música, cada avaliação se torna diferente da outra, devido às diferenças das salas. E isto vale para todas as revistas, inclusive para a AUDIO alemã, que considero a revista mais séria do ramo, porém também até hoje não publicou o RT(s) da sua sala de teste. Nós deveríamos passar a exigir destas revistas todas, incluindo ai também a mais famosa delas, a the absolute sound (tas), a divulgação do tempo de reverberação na banda de freqüências de audição das salas de teste, para podermos ver a validade dos resultados e das avaliações de equipamentos/discos obtidos e publicados. Pelas avaliações que tenho lido, e ouvido, é provável que a tas tenha uma das melhores salas de testes. Posso lhes dar um exemplo destas diferenças de avaliação, através de um cd que foi avaliado pela AUDIO alemã e pela tas americana. Vou aqui evitar mostrar diferenças de avaliações entre equipamentos de áudio, que tenho constatado, para não interferir com algum distribuidor nacional ou com alguma marca mais específica. Com cd a comparação fica até mais fácil e teremos a mesma conclusão.
        O cd em pauta é um SACD híbrido, da harmonia mundi, onde o invólucro e o livreto foram produzidos nos USA e o disco em si foi produzido na Alemanha, para a harmonia mundi FRANCE, que por sua vez forneceu o cd para a harmonia mundi USA. O código de barras é o de número 0-9304674416-8 e no catálogo é HMU 807441. Toda a análise, que faremos em seguida, só vale para este cd importado. Não vale para o cd nacional, caso ele exista, pois infelizmente as cópias nacionais perdem muito em qualidade, como veremos mais adiante.
        Se trata das obras de George Gershwin, o Concerto para piano e orquestra em F, Rhapsody in Blue e Cuban Overture, com a Orquestra Filarmônica de Rochester (RPO) conduzida por Jeff Tyzik  e, ao piano, toca o americano Jon Nakamatsu. Foi gravado em DSD no teatro Eastman de Rochester, no estado de Nova Yorque, em julho/2006, tendo como engenheiro de gravação Brad Michel. Este cd foi avaliado pela AUDIO e pela tas no mesmo mês, setembro/07, recebendo as seguintes notas:

Ambas as revistas adotam uma pontuação que vai até, no máximo, 5 pontos. Não vamos aqui fazer uma análise das avaliações de interpretação, mas apenas analisar diferenças nas avaliações da gravação. Vocês vão concordar comigo que as avaliações foram muito diferentes. Enquanto na AUDIO a gravação recebeu nota máxima, na tas recebeu apenas 2,5 pontos, significando, para eles, apenas uma gravação mediana. Como pode ser que duas revistas tão bem conceituadas tragam avaliações tão distintas?!
        Segundo a AUDIO, a qualidade sonora deste cd convence, principalmente em SACD, com alta dinâmica, e no surround com um ambiente como se fosse ao vivo.
        Já a tas apresenta uma outra opinião, dizendo que o piano e as cordas estão tendendo para um som muito aberto, ou seja, com equilíbrio tonal tendendo para as altas freqüências. Para a tas, ambos, o piano e a orquestra, foram gravados com microfonação próxima, e a versão surround não possui muito ar e nem a atmosfera do Teatro de Eastman da cidade de Rochester foi captada.
        E agora, como interpretar estas duas avaliações tão diferentes? Por que divergem tanto uma da outra? A maior probabilidade é haver diferenças significativas entre as salas de audição onde se realizaram os testes. Os equipamentos destas revistas fazem parte do “topo do pinheiro”, portanto as diferenças sonoras entre os seus equipamentos devem ser muito pequenas, de forma que a diferença nas avaliações da gravação, não deve vir dos equipamentos utilizados pelas revistas, mas sim, das salas.
        Ouvi atentamente este cd, por várias vezes, na nossa Sala de Audição Crítica e obtive um resultado interessante. Percebi que a captação foi distante, e não próxima com diz a tas, a gravação levou a uma captação menor do corpo harmônico, porém, de forma alguma prejudicou o equilíbrio tonal, que está muito bom. O corpo harmônico reduzido,  infelizmente, não favorece a dinâmica. A microfonação distante foi muito pouca e mal usada na mixagem, de forma que não reproduziu o ambiente do teatro. Aí a tas tem razão. O palco sonoro não foi bem constituído na mixagem, pois muitos instrumentos saem das caixas deixando um vazio no meio do palco. O uso do pan na mixagem mostra que esta poderia ter sido feita de uma forma melhor. É uma gravação com pouca vida e baixa transmissão musical. A que conclusão se chega? É provável que o tempo de reverberação (RT) da sala de audição da AUDIO alemã seja mais alta, levando a mostrar um palco sonoro maior do que aquele que realmente está gravado no cd. Em outras palavras, a influência da sala foi grande, alterando o resultado final da avaliação desta revista. Na sala de audição da tas, o tempo de reverberação é mais baixo e mais coerente, porém existe algo que está levemente metalizando os agudos. Como vocês podem ver, a influência da sala, quase que determina uma avaliação que, de uma sala para outra, irá variar bastante. E isto vale também, e talvez com muito maior força, para a avaliação de equipamentos. Se a sala não for neutra, se não for padronizada, esta avaliação também não será neutra e não poderá ser repetida em outras salas.


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Espero que este exemplo ilustrativo possa mostrar a vocês como é difícil se fazer uma avaliação neutra e correta daquilo que se está testando, sejam equipamentos de áudio, sejam caixas acústicas, sejam cd's e tantos outros aparelhos e acessórios, se não levarmos em conta uma sala que seja padronizada, num padrão cuja proposta de norma já existe. Pois de uma sala para outra encontramos novas dimensões, diferentes volumes, curvas do tempo de reverberação de todas as formas possíveis e, em regra, não planas. Se não são vivas, normalmente são mortas e inadequadas para qualquer avaliação. Nestas condições existem inúmeras colorações de diversas intensidades e matizes, que poderão influenciar de forma marcante a percepção musical. E assim, na mídia escrita, existe uma infinidade de avaliações dos mesmos equipamentos, com resultados tão diferentes que, para um bom conhecedor, isso mostra, na realidade, as deficiências das salas onde foram avaliados. É de estarrecer o fato de que a maioria das revistas nacionais e internacionais não faz a menor idéia da influência da sala de audição, menosprezando a sua importância.
        Assim, para alguém que queira se aprofundar no Áudio High-End, obtendo avaliações mais corretas, com maior fidelidade, é absolutamente necessário, ao meu ver, ter a oportunidade de realizar suas audições e experiências em uma Sala de Audição Crítica, a qual esteja em conformidade com a proposta de norma já existente, pois na SAC haverá uma percepção musical muito mais acurada e neutra, trazendo o ouvinte muito mais próximo do acontecimento musical ao vivo, transportando-o ao momento em que o cd foi gravado.
        A SAC permite algumas constatações muito interessantes, como as que tenho obtido ultimamente, principalmente no que se refere às gravações dos cd's. Como é uma sala usada para avaliações técnicas de mixagem e de masterização, não dá para esconder nada do que foi gravado, como por exemplo, não dá para ocultar nenhum efeito sonoro mal realizado, nem mal manipulado, como tratamentos acústicos inadequados, seja do estúdio, seja da técnica ou também da sala de masterização. Inclusive, prensagens mal feitas, com a utilização de plásticos de baixa qualidade para os cd's, tornam-se audivelmente presentes e de fácil constatação. E aqui tenho inúmeros exemplos, dos quais escolhi alguns que gostaria de lhes descrever.
        Em primeiro lugar, o menos óbvio: existem diferenças na reprodução sonora de cd's importados, fabricados em lotes diferentes!!!! Esta constatação é muito complicada, pois o que quero dizer é que, se você possui um cd importado de excelente qualidade e aí divulga isto para um amigo seu, que poderá comprá-lo também, a probabilidade do cd dele soar diferente do seu é muito grande!!! Inclusive parece que existe a possibilidade de haver diferenças num mesmo lote de cd's, assunto que estou pesquisando no momento. Vejam ao lado, uma injetora suiça de cd´s muito famosa chamada Netstal, modelo e-jet.

O cd que trago como exemplo é "The Bill Evans Trio" com o título "I Will Say Goodbye", com Bill Evans ao piano Eddie Gómez no contra-baixo e Eliot Zigmund na bateria. A gravadora foi a Fantasy Records com a identificação OJCCD-761-2 (F-9593) e código de barras 25218 - 6761 - 2. Provavelmente não foi a gravadora original do evento musical, de forma que, é provável que fizeram estes cd's não a partir do máster, mas sim, a partir de um clone. A diferença que isto traz no resultado final é muito grande e realmente a gravação do cd não é digno de nota. O primeiro cd comprei há muitos anos atrás. Há uns dois anos, comprei ele novamente, tendo esquecido que já o tinha.
        São ambos absolutamente iguais, com as mesmas capas e contracapas, os mesmos códigos e disposição de números e texto. A única diferença que consegui perceber é de que um disco é de um amarelo de fundo mais escuro e o outro é mais claro. Pois bem, apesar de serem iguais tocam diferente!! O cd com o amarelo mais claro é mais metalizado e estridente do que o outro, que é mais musical e correto. E a diferença sonora não é pequena!! Qualquer um de vocês terá a maior facilidade de perceber a diferença em uma SAC com um equipamento de bom nível! Convido-os a ouvir no nosso Laboratório. De onde vem a diferença? Suponho que venha por exemplo da qualidade do plástico usado para gravar a musica, ou então, possivelmente da máquina de gravação mal ajustada. Portanto cd's iguais de capa, contracapa e de disco podem ser sonoramente muito diferentes!! Tomem muito cuidado! E estou falando de cd's importados!!
        Apresento-lhes mais um exemplo, mas agora entre um cd nacional e um importado, onde as diferenças passam a ser gritantes. O cd nacional é muito famoso, utilizado até como de referência em testes de audição e em cursos de percepção musical.
        O seu título é Les Cargos com a I'Orchestre de ContreBasses prensado pela Sonopress a partir de um clone do máster original francês. O número do cd é CMB 0029 e o código de barra é 897185600292. Ouvi este cd inúmeras vezes, quase até a exaustão. Uso como referência a faixa 5 "Palmas". Ao longo dos meses, ouvindo este cd, comecei a perceber que as palmas estavam muito agudas e se confundiam com o som de castanholas. Os contra-baixos, que estou acostumado a ouvir na Sala São Paulo no programa Um Certo Olhar, ao vivo, à 1, 2 metros de distância de mim, apresentavam falta dos harmônicos baixos, talvez até das fundamentais mais baixas. Em outras palavras comecei a ficar com a impressão que no cd faltava extensão dos graves.
        A partir daí decidi procurar o cd original francês para poder comparar melhor e ouvir a qualidade da gravação do cd nacional. Após muita procura, consegui achar o site: www.musicaguild.com onde então pude comprar o cd original prensado a partir do máster. O número do cd é MG 006 / 08749-2 com código de barras 3-307510-874921. Este cd foi elaborado em 1995, gravado em jan/1991 no Studio Charles Cros em Amins (França). O engenheiro de som foi Bruno Menny.
        Ouvindo o cd importado na SAC, meus amigos, a diferença sonora é realmente muito grande!! Agora as palmas, são realmente palmas (e não castanholas), como é o título da faixa e a maior diferença é sem dúvida alguma a extensão dos graves, limpos, muito secos e, bem extensos. Inclusive este cd passou a ser um dos meus cd's de referência, e o utilizo inclusive, em vários testes comparando com o cd nacional para mostrar o que é falta de extensão de graves. Existe também uma diferença no palco sonoro que no importado é muito maior. Em resumo o cd importado realmente coloca o estúdio de gravação a sua frente com muito realismo. Convido-os a ouvir estas diferenças no nosso Laboratório.
        Tenho outros inúmeros exemplos como os citados acima, e ainda entre SACD's e cd's, e entre XRCD's e cd's e assim por diante. O que podemos afirmar de forma geral, é de que: o melhor resultado sonoro de um cd será obtido, de forma geral, com um exemplar da primeira prensagem deste cd, realizada a partir do máster, do original.
 

Resumo

Neste artigo mostramos vários aspectos muito importantes das salas de audição. O primeiro é de que a música acústica, ao vivo, deve ser gravada em ambientes vivos para apresentar melhor sonoridade para ser ouvida. Ao reproduzir uma mídia gravada em uma sala qualquer, porém, não controlada, como são as nossas salas residências, de forma geral, o resultado final torna-se imprevisível, face a grande influência que a sala exerce sobre o resultado sonoro final. Os principais parâmetros da percepção musical, como equilíbrio tonal, palco sonoro, corpo harmônico, dinâmica e muitos outros sofrem marcantes alterações oriundas das características particulares da sala de audição em questão, podendo serem vivas ou mortas de várias formas. Assim, a melhor sala para a reprodução eletrônica  é uma sala seca, com o tempo de reverberação (RT) abaixo de 1,0s em toda a faixa audível de freqüências e em todos os pontos da sala. Ela é a sala que melhor preserva e menos interage com o original gravado, de forma que, permite ouvir o acontecimento musical mais próximo do original, preservando os timbres e o equilíbrio tonal da sala de concerto, ou do estúdio onde foi gravado. Apresentamos uma proposta de norma, a IEC 60268-13 que apresenta uma proposta para o RT das salas chamadas Salas de Audição Crítica, onde se consegue aproximar-se a audição do evento original com um mínimo de interferência da própria sala. Estas salas SAC, apresentam um RT entre 0,3s e 0,6s e são recomendadas para avaliações mais objetivas de equipamentos eletrônicos, caixas acústicas, cabos e acessórios de forma geral, pois são salas que possuem uma maior neutralidade acústica. Revistas do ramo de áudio&vídeo ainda não se conscientizaram da importância deste aspecto fundamental na avaliação de equipamentos de forma que, a grande maioria das revistas nacionais e importadas não testam  em ambientes controlados. Assim sendo, cada avaliação é uma sentença particular daquele meio de comunicação. E as diferenças de avaliação são muito grandes, em alguns aspectos, muitas vezes até antagônicas.
        Nós, leitores destas revistas, deveríamos pedir a estes meios de comunicação, informarem a curva de resposta e a curva dos tempos de reverberação em freqüência das salas que utilizam para a realização dos testes de equipamentos, para termos uma idéia da validade dos resultados subjetivos ali descritos.
        Convido-os a visitarem nosso Laboratório de Acústica e Áudio e constatarem por si mesmos, a sensação de trazer a sala de concerto para a sua sala de audição. É uma nova e maravilhosa sensação musical. É só agendar.
        Um grande abraço a todos vocês e até a próxima!!

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