Número 27

VIBRAÇÕES: ELAS INFLUEM? Parte 4

Vibrações

  Jorge Knirsch

 Continuação 

No Audiophile News 13, iniciamos a análise de alguns sistemas antivibracionais, que podem ser colocados sob nossos equipamentos de áudio e vídeo, trazendo um aumento de resolução e transparência. Se pudermos escolher o sistema antivibracional adequado para a situação específica do nosso sistema, conseguiremos otimizar o equilíbrio tonal do conjunto. Naquela época, havíamos começado mencionando os spikes, mostrando qual o resultado que trazem ao sistema e de que forma influem no equilíbrio tonal. Como vimos, eles realçam levemente a parte das altas freqüências.

Em seguida, no Audiophile News 17, falamos das bandejas antirressonantes, que atuam em ambas as direções, ou seja, na absorção de movimentos horizontais e também na de movimentos verticais. Elas podem trazer um excelente resultado, aumentando a resolução e a transparência do sistema, sem alterar em demasia o equilíbrio tonal. Mas este resultado, para ser alcançado, dependerá do princípio que a bandeja escolhida usa para absorver as ressonâncias. No Audiophile News 21, mudamos um pouco a ordem originalmente apresentada, e falamos dos dispositivos antivibracionais horizontais. Agora, nesta edição, vamos falar das bases feitas com discos de borracha especial, que podem servir de apoio para os aparelhos de áudio.

                Discos de Borracha Especial 

              As borrachas prestam-se muito bem para servir de dispositivos antivibracionais. Podem ser colocadas debaixo dos aparelhos, ou debaixo de bases de pedra sob os aparelhos. Elas também trazem uma maior resolução ao resultado sonoro geral, assim como os outros dispositivos antivibracionais, absorvendo tanto movimentos horizontais como verticais, sendo que a sua atuação é mais forte na absorção antivibracional vertical e, desta maneira, atuam de forma mais marcante no aumento do equilíbrio tonal dos graves. Porém, existem borrachas e borrachas. A primeira diferenciação que devemos fazer é entre borrachas esponjosas e borrachas maciças.
              As borrachas esponjosas, ou seja, aquelas que contém inúmeras pequenas gotículas de ar, no seu interior, e que podem até chegar a ser espumas, devem ser evitadas, pois não trazem um aumento de resolução no áudio, podendo inclusive deteriorar o resultado sonoro final.           

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              É importante lembrar que a aplicação de discos de borracha sob os equipamentos de áudio e vídeo (que influem também na imagem do home theater), só devem ser aplicados quando o sistema já estiver razoavelmente ajustado. Algum eventual problema mais sério deverá ser eliminado primeiro, isso caso o sistema esteja em um "galho do pinheiro" (Veja o artigo o O Áudio e o Pinheiro - 1º Parte ). Também o posicionamento das caixas acústicas deverá estar otimizado, antes do uso dos discos de borracha especial. Outro problema a ser corrigido seria eliminar estridências causadas, por exemplo, por dispositivos antivibracionais horizontais, ou por cabos que levam o equilíbrio tonal para as altas freqüências, antes de se colocar os discos de borracha sob os aparelhos. Em outras palavras, devemos evitar a compensação de um desarranjo mais severo do equilíbrio tonal, com o uso dos discos de borracha, para a obtenção de uma planidade sonora. O uso da borracha tem a finalidade de equilibrar tonalmente algum equipamento de som, como exemplo, um pré ou um cd-player, ou então para compensar algum problema acústico mais grave da sala.
               Existem vários tipos de borracha maciça, com parâmetros físicos diferentes. A característica física mais importante da borracha, para nós, é a sua dureza, que é medida com a escala Shore na classe A (número adimensional) e que, no mercado, pode variar de 20 a 70, dentro dessa escala. Testei todas as durezas imagináveis existentes e o resultado sonoro obtido foi muito diferente entre elas. Constatei que as durezas mais altas tendem a valorizar as altas freqüências, não permitindo um resultado adequado. As durezas mais baixas valorizam os graves, mas ocorre também uma perda acentuada na dinâmica da reprodução. Portanto, durezas muito baixas também não são ideais. Além disso, pudemos encontrar no mercado alguns pés de borracha importados, com dureza em torno de 25 Shore A, onde a perda da dinâmica foi bem perceptível e, portanto, não recomendamos sua aplicação para os nossos sistemas de áudio e vídeo.
               Após muitas pesquisas, encontramos uma borracha vermelha especial, com dureza Shore A em torno de 45, a qual se mostrou ideal para a confecção dos discos que lançamos à venda, embora a sua apresentação ainda não esteje no site. A By Knirsch está vendendo estes dispositivos diretamente pela Internet. São discos de borracha vermelha especial, que estampamos com diâmetro de 38mm e espessura entre 5 a 6mm. Podem ser usados em três ou quatro pontos, sob os aparelhos, com espessura de um a dois discos. São muito bons, pois aumentam a resolução do sistema e se prestam muito bem para levantar levemente o equilíbrio tonal das baixas freqüências, permitindo uma otimização do sistema de reprodução. É um grande recurso que utilizamos para o acerto tonal de sistemas de som.
          Convidamos todos os interessados a visitarem o nosso Laboratório de Acústica e Áudio (Vejam no site: Convite para Audições) para fazermos experiências, neste sentido, com todos os dispositivos antivibracionais disponíveis. É muito fácil colocarmos estes conjuntos, por exemplo, sob um cd-player, ou sob um pré para, em seguida, verificarmos o resultado que trazem ao som. Vale a pena conferir!

                      Boas Audições a todos!!

Discos de Borracha Especial