Fala-se muito de acústica, mas poucos têm oportunidade de fazer experiências em diversas salas, de forma que sua real importância, na reprodução do som, é, por muitos, totalmente subestimada. Cada sala tem uma acústica própria, que depende de diversos fatores como: volume, geometria, a relação entre as várias medidas da sala, a posição de portas e janelas, as superfícies das paredes, o tipo de piso, a existência de laje ou forro, e assim por diante. Esta enorme diversidade torna a análise da acústica mais complicada para um ouvinte menos técnico e dificulta o seu entendimento. Como a acústica define algo em torno de 50% da percepção musical de uma reprodução sonora, em uma sala, é um fator que se reveste de uma importância suprema para qualquer audiófilo e melômano.

 

       Acústica é a parte da física que estuda a propagação do som em diversos meios. O som pode se propagar no ar, na água, em materiais sólidos. Onde não há um meio de propagação, não há som. Por exemplo, no vácuo não existe som algum! Sem um meio físico, não há propagação de som.
       Para nós, audiófilos e melômanos, duas áreas da acústica nos são fundamentais:

A Isolação e o Tratamento Acústico 

      Já, entre estas duas áreas, existe muita confusão e falta de conhecimento. Muitos, principalmente iniciantes, não conseguem distinguir a diferença entre estes dois importantes ramos da acústica.
      A isolação estuda formas e maneiras físicas de se evitar a passagem do som, do interior de um ambiente para a sua parte externa, ou também formas físicas de se evitar que o ruído externo entre no ambiente, por exemplo, em nossa sala de audição. Como posso evitar que o ruído do andar de cima seja audível no meu apartamento? Como posso evitar que o ruído do movimento da rua entre na minha sala? Estas são questões com as quais a isolação trata e tenta dar soluções. As soluções, muitas vezes, não são simples, face à complexidade teórica que a isolação envolve. Em um próximo Audiophile News, iremos entrar em maiores detalhes a respeito deste assunto, do qual tenho recebido muitas dúvidas e perguntas para esclarecimentos.
     Já o tratamento acústico trata de um outro aspecto muito importante da acústica e muito diferente da isolação. Trata do comportamento acústico interno de um ambiente, para uma certa finalidade. Por exemplo, uma sala de audição deve ter algumas características sonoras para que a reprodução eletrônica da música fique o mais próximo possível do real, ou seja, do som que estava sendo tocado quando foi gravado. Outro exemplo, um estúdio necessita de outras características acústicas internas ao ambiente, para que a gravação seja do melhor nível sonoro possível. E, assim, cada ambiente necessita de um tratamento acústico específico, por exemplo, salas de home theater, auditórios, salas de masterização, técnicas de mixagem, salas de culto, igrejas, salas de aula, ambientes públicos e assim por diante. A forma do tratamento acústico depende muito do volume dos ambientes a serem tratados. Uma sala de concerto, que possui um volume grande, apresenta desafios para sua solução acústica diferentes daqueles que uma sala pequena de audição solicita. Aqui, em nosso informativo eletrônico, quando tratarmos deste tema, estaremos sempre nos referindo a volumes pequenos, de até 300m³, onde se encontram a grande maioria das nossa salas de audição.       

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      Boas audições a todos!